Unidade II

Trajetória das Políticas
Sociais Brasileiras

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É conhecido, no Brasil, como "Regime Militar" o período que vai de 1964 a 1985, em que o país esteve sob controle das Forças Armadas Nacionais (Exército, Marinha e Aeronáutica). Nesse período, os chefes de Estado, ministros e indivíduos instalados nas principais posições do aparelho estatal pertenciam à hierarquia militar, sendo que todos os presidentes do período eram generais do exército. Era denominada "Revolução", em sua época, sendo que os principais mentores do movimento viam o cenário político do início dos anos 60 como corrupto, viciado e alheio às verdadeiras necessidades do país naquele momento. Assim, o seu gesto era interpretado como saneador da vida social, econômica e política do país, livrando a nação da ameaça comunista e alinhando-a internacionalmente com os interesses norte-americanos, trazendo de volta a paz e ordem sociais.

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A música Alegria, Alegria, de autoria de Caetano Veloso, sobre liberdade é um dos marcos iniciais do movimento tropicalista da década de 1960. Datada de 1967, Alegria, Alegria, a canção modernista, foi apresentada no Festival da Record em disputa pelo “Berimbau de Ouro”. Embora seja intitulada de Alegria, Alegria, sua letra nada tem de alegria, pois apenas reflete a repressão do período militar no Brasil, ou melhor, os “anos de chumbo”. De tão potente, a música de Caetano Veloso está incorporada na mente e na história do povo brasileiro, pois a marcha leve e alegre, com letra caleidoscópica e libertária, têm força nas palavras que a compõem. [...] Metáforas: Toda a opressão sofrida pelo cidadão comum, nas ruas, nos meios de comunicação, em sua cultura nativa e no seu próprio país é relatada na letra desta canção. Dessa forma, Alegria, Alegria, denuncia os exageros dos militares, porém utilizando-se de metáforas. “Caminhando contra o vento/sem lenço e sem documento” que se refere à violência praticada pelo regime. Ao dizer “sem livros e sem fuzil,/ sem fome, sem telefone, no coração do Brasil”, revela a precariedade na educação brasileira, proporcionada pela ditadura que queria pessoas alienadas, e complementa: “O sol nas bancas de revista /me enche de alegria e preguiça/quem lê tanta notícia?”. Para evidenciar a alienação da massa, na letra, há elementos externos à cultura nacional, como alguns símbolos impostos pelo cinema norte-americano da época, que são: Cardinales, Brigitte Bardot e a Coca-Cola, fortes representantes da imposição comercial da mídia na época. Ao denunciar os desníveis sociais dos “anos de chumbo”, Caetano Veloso faz comparações metafóricas, com o intuito de destacar os contrastes regionais, sociais ou econômicos, o que fica evidente nos seguintes versos: “Eu tomo uma coca-cola, / Ela pensa em casamento”, “Em caras de presidente / em grandes beijos de amor / em dentes, pernas, bandeiras, bomba e Brigitte Bardot”.

Acesse: www.youtube.com e www.resenhando.com.

pense nisso

O período da História do Brasil, entre os anos de 1969 e 1973, foi marcado por forte crescimento da economia. O Brasil era uma Ditadura Militar, governado pelo general Médici. O termo “milagre” está relacionado a esse rápido e excepcional crescimento econômico pelo qual passou o Brasil no período. Esse crescimento foi alavancado pelo PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo), implantado em 1964, durante o governo de Castelo Branco.

No entanto, este não se sustentou e, em 1974, o crescimento da economia brasileira passou a declinar, principalmente pela crise mundial do petróleo, a qual afetou o mundo todo, sendo que o Brasil não foi uma exceção. Além do mais, os combustíveis derivados do petróleo aumentaram e muito, elevando ainda mais a inflação, e criando um déficit na balança comercial brasileira que importava petróleo.

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Em 1982, vinha a público o mais consistente programa partidário da fase final da ditadura. Era o Esperança e mudança, um abrangente documento elaborado por intelectuais desenvolvimentistas e apresentado pelo PMDB, uma frente de oposições. Era a expressão de um setor da sociedade que desejava fortalecer o caráter planejador do Estado como forma de superação da crise econômica daqueles anos. O Esperança e mudança é um arrazoado de 119 páginas, dividido em quatro capítulos: “A transformação democrática”, “Uma nova estratégia de desenvolvimento social”, “Diretrizes para uma política econômica” e “A questão nacional”. Foi seguramente o programa partidário mais abrangente do período, que buscava resolver problemas renitentes de financiamento das estruturas produtivas, ao mesmo tempo em que sinalizava apoio às demandas dos trabalhadores.

Saiba mais pelo link: www.ipea.gov.br.

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A música foi composta exatamente no período de transição da ditadura para o regime democrático, com a eleição do presidente Tancredo Neves pela via indireta. Como Cazuza era contra o colégio eleitoral, faz uma crítica ao congresso e à mídia, que dava sustentação e legalidade àquele processo de “cala boca” ao povo, já que este não teve nenhuma participação na escolha do presidente. A “festa pobre”, a que ele se refere, é aquilo que a mídia batizou de “festa da democracia”, ou melhor, a eleição que aconteceu com o povo pedindo “Diretas já!”.

“Brasil, mostra a tua cara”: Cazuza demonstra seu desejo de que a conjuntura seja transparente, desnuda e a nação brasileira mostre a sua verdadeira identidade ou talvez “mostrar a cara” signifique mostrar quem está dominando, quem está mandando, reprimir e criar a recessão.

“Quero ver quem paga para a gente ficar assim”: sabemos que os países imperialistas (especialmente os Estados Unidos) financiam a miséria do terceiro mundo, seja no fomento de guerras, influenciando na escolha ou derrubando presidentes, etc.

Saiba mais pelo link: pensadoranonimo.com.br e www.youtube.com.

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Com o objetivo de expor a realidade atual do país, em 2003, a primeira versão da música foi lançada, causando um impacto muito grande não só em solo brasileiro, como também em terras internacionais. A voz forte e grave da cantora ajudou para que a canção tomasse forma e chegasse a uma incrível ascensão, tornando-se um “GRITO DE GUERRA”, para que os negros começassem a lutar por sua igualdade perante o povo que, em meados dessa década (2000), continua com suas mentes vazias.

Fonte: sagadasmusicas.wordpress.com.

A música é uma forma de denúncia, que expressa as realidades preconceituosas que o negro brasileiro sofre. Podemos dizer que se configura como uma canção de protesto, pois demonstra a dívida que nosso país tem com os negros. Como denota a canção, o respeito é ausente e a justiça também. Mesmo sendo a grande maioria da população, hoje, muitos ainda não se assumem como tal. Confirmam os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística), de 1976, que apontou grande problema no diz respeito ao quesito cor, constatando 133 denominações diferentes. O Brasil ainda continua sendo o segundo país mais negro do mundo, com 96 milhões de negros, ficando atrás somente da Nigéria. A pesquisa realizada pelo IBGE, em 2010, confirmou isso, resultando numa população de 96.795.294 de declarantes negros e pardos. Essa questão delicada de preconceito, pouco caso, surge de toda uma herança cultural desde a época da colonização, com a vinda dos negros para o Brasil, e vale frisar que os escravos escolhidos não eram selecionados necessariamente por conta de sua cor, mas sim por que eram a maioria; quase não havia pessoas brancas, pois, se houvessem, seriam trazidas para cá, também, como escravas. Porém, essa situação foi agravando-se, com o decorrer do tempo, e a mídia tem sua contribuição muito forte nessa questão, pois reforça estereótipos europeizados, fortalecendo preconceitos.

Podemos, então, perceber que a letra retrata problemas como o etnocentrismo, preconceito racial, ideologia, desigualdade racial e social, declarando, de maneira subliminar, que é o momento de mudanças na maneira de pensar a respeito do gênero, que é tempo de mudanças de paradigmas sociais, tendo a sociedade o dever de valorizar aquele(s) que fez e que ainda faz(em) sua parte de maneira grandiosa, contribuindo para a história do Brasil, mesmo com todas as dificuldades vigentes.

Saiba mais pelo link: biancaarierep.blogspot.com.br.

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Para saber mais sobre a temática desta unidade e para os debates sobre a definição de trabalhadores na Assistência Social, tendo como pano de fundo a defesa da Seguridade Social, faça a leitura do livro Trabalhar na Assistência Social em Defesa dos Direitos da Seguridade Social, da editora CFESS/CRESS, publicado em 2011, por meio do link: www.cfess.org.br.

indicação de leitura

Nome do livro: Política social – fundamentos e história

Editora: Cortez

Autor: Elaine Rossetti Behring e Ivanete Boschetti

ISBN: 978-85-2491-259-7

Este livro constitui uma excelente introdução teórica e histórica à problemática da Política Social, aqui tratada de modo rigoroso, crítico e atual, apresentando uma característica de destaque: a referência à gênese e aos desdobramentos da Política Social nos países capitalistas centrais sempre se completa com a remissão à realidade brasileira. O texto escrito com claro perfil didático, mas sem perder o rigor teórico, será igualmente útil a estudantes e profissionais que defrontaram-se com as questões próprias à Política Social.

indicação de leitura

Nome do livro: O que é política social?

Autor: Vicente De Paula Faleiros

Editora: Brasiliense

Ano: 1986

ISBN: ASIN: B074JJXCBQ

Muita gente se irrita com as filas e ineficiência dos hospitais, com a burocracia e os juros dos bancos. Não adianta aborrecer-se sem analisar a serviço de quem estão essas instituições e como suas políticas são formuladas numa sociedade capitalista.

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